sábado, 4 de abril de 2015

CONSUMIDOR REDUZ LAZER PARA ENFRENTAR A CRISE

Optar por marcas mais baratas, reduzir as alimentações fora de casa e pesquisar mais antes de adquirir produtos são algumas estratégias utilizadas pelos consumidores, especialmente da classe C, para manter o padrão de consumo alcançado nos últimos anos, diante do momento econômico delicado enfrentado pelo País. A conclusão é do estudo Mudanças do Mercado Brasileiro, realizado pela Nielsen, que revelou, ainda, que 64% dos brasileiros estão diminuindo também o lazer fora de casa para economizar.

Ainda de acordo com o levantamento, que colheu dados em todo o País, 13% dos consumidores estão economizando para saldar dívidas atrasadas.

"Nos últimos períodos, o consumidor da classe C se endividou com financiamento imobiliário e de automóveis, e se acostumou a gastar mais do que ganhava. Hoje, ele vem buscando equilíbrio, porque está numa situação de endividamento, mas não quer perder a ascensão social que alcançou", explica o analista de mercado da Nielsen, Marco Antonio Giorgi.

Alternativas

Segundo o analista, quando se trata de bens de consumo não duráveis, os consumidores costumam ser mais resistentes na hora de "dar um passo para trás", por isso, muitos deles preferem, por exemplo, reduzir as refeições fora de casa do que deixar de comprar produtos de marcas consideradas de melhor padrão. "Primeiro, o consumidor vai buscar alternativas mais baratas dentro da própria marca, como embalagens maiores. Somente depois disso é que ele vai pensar em mudar a marca ou deixar de consumir o produto", descreve o analista de mercado.

Menor preço

Essa busca pelo menor preço puxou, também, o crescimento dos atacarejos, acrescenta Giorgi, que costumam trazer mais ofertas e custos menores. Em 2014, de acordo com levantamento realizado pela Nielsen, esse canal de compras ganhou 47 lojas no Brasil, passando a atender mais 1,4 milhão de lares.

Nordeste

"Esse canal se concentra no Nordeste e no Estado de São Paulo, mas tem se desenvolvido também em outras regiões", completa o analista da Nielsen.

O maior planejamento das compras foi outra consequência dessa tentativa de economizar, aponta o estudo: o número de visitas ao ponto-de-venda caiu 4,7% no ano passado. Já o tíquete médio cresceu 5,6% em 2014, indicando, portanto, que o consumidor vai menos vezes à loja, mas gasta mais a cada visita. "Essas compras grandes beneficiam os atacarejos", reforça Giorgi.

Oportunidades

Para 2015, apesar do cenário desfavorável para o consumo, o analista garante que existem, sim, oportunidades para alavancar os negócios.

"A mensagem que temos, no momento, para a indústria varejista é oferecer propostas de valor para o cliente, para que tenha continue consumindo marcas sofisticadas de forma econômica", indica o especialista.


DIÁRIO DO NORDESTE - Jéssica Colaço Repórter

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