Com autoridade tática, técnica e um planejamento preciso da
comissão liderada pelo treinador Marcelo Chamusca para utilizar um elenco que
já atuou 28 vezes na temporada por três competições diferentes, o Ceará
conquistou ontem o seu 45º título estadual.
Como no primeiro encontro da final, quarta-feira passada, o
Alvinegro venceu o Fortaleza por 2 a 1 (Pio e Felipe Azevedo para o Ceará e
Adalberto para o Fortaleza), em um Castelão com o maior público do ano. Assim,
para 39.920 pagantes, o Ceará garantiu o bicampeonato cearense, já que bateu o
Ferroviário em 2017.
A campanha do elenco comandado por Marcelo Chamusca foi
marcada pela utilização de todo o grupo de atletas. Envolvido também na Copa do
Brasil (foi eliminado pelo Atlético-PR) e na Copa do Nordeste (um dos favoritos
ao título, vai enfrentar o CRB nas quartas de final), o Ceará escalou sua
equipe reserva em 10 partidas do estadual.Mas, sempre que encontrava o
Fortaleza pela frente, tratava de escalar o que tinha de melhor.
Assim, nos quatro confrontos diante do Tricolor na temporada
deste ano, foram três vitórias e um empate, com sete tentos marcados e três
sofridos.
“Nossa campanha não deixa dúvidas de que fomos melhores. A
diretoria e a comissão técnica, sabendo dessa realidade de muitos jogos, nos
deram toda a condição de disputar as competições e montaram um grupo forte.
Então, parabéns a todos que fazem o clube, sem exceção, que nos deram condição
de representar essa camisa maravilhosa”, contou Ricardinho, que conquistou seu
quarto título estadual pelo Ceará (2013, 2014, 2017 e 2018), o maior vencedor
do atual elenco.
ARTHUR É uma das estrelas do Alvinegro. Atleta é o artilheiro do time no Estadual EVILÁZIO BEZERRA |
A conquista de ontem não foi acompanhada pelo técnico
Marcelo Chamusca, que teve uma queda de pressão pouco depois do primeiro gol de
Pio, marcado aos 18 minutos do primeiro tempo, e precisou de atendimento médico
no vestiário.
Havia a expectativa de Chamusca retornar para comandar o
time no segundo tempo, mas, por recomendação médica, o treinador seguiu no
vestiário e depois foi levado ao Hospital da Unimed por precaução. De lá, já em
boas condições, participaria da comemoração do elenco em um restaurante no
bairro Edson Queiroz.
A ausência de Marcelo Chamusca fez o auxiliar Caé Cunha
assumir o comando do time no restante da partida, deixando evidente o
entrosamento da dupla.
“Sou auxiliar, mas fui treinador apenas hoje (ontem) e tudo
deu certo porque o nosso trabalho é baseado em muito estudo e entrosamento. Não
por acaso, já é o nosso terceiro título estadual em seis anos, além dos três
acessos no Campeonato Brasileiro que tivemos nesse período”, disse, eufórico.
Os atletas do Ceará igualmente mostraram maturidade e um
poder coletivo fundamental. Não é nada comum que um técnico deixe sua área por
problemas de saúde, mas, ainda assim, mesmo sabendo que as condições de
Chamusca não eram graves, os jogadores mantiveram o plano de jogo. Cada um
colaborou na liderança conjunta, ao lado dos torcedores, sempre intensos.
A comemoração do elenco do Ceará não vai durar muito. O
maior desafio do clube em 2018, o Campeonato Brasileiro da Série A, terá início
já no próximo sábado, às 21 horas.
Diante do Santos, em São Paulo, o elenco começa a traçar seu
caminho em busca da manutenção na primeira divisão e de conquistar vaga nas
competições da América do Sul.
O presidente Robinson de Castro avisou: vai contratar cinco
jogadores. O lateral direito Arnaldo é um deles. Os outros quatro são atletas
velozes para o ataque.
POR FERNANDO GRAZIANI – O POVO
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