terça-feira, 24 de novembro de 2020

Fortaleza registra 60% de redução de casos de afogamento em 2020



Mesmo após o incidente na Praia do Futuro no último fim de semana em que quatro banhistas foram resgatados, Fortaleza apresenta redução dos índices de afogamento. Até o momento, em 2020, foram registradas 85 ocorrências, correspondendo a uma diminuição de 60% em comparação com igual período de 2019, quando foram contabilizados 213 acidentes.

Em ambos anos, porém, não foram registradas mortes. A principal explicação seria o período de isolamento social, medida de proteção ao novo coronavírus, que começou em março. Segundo os dados da Guarda Municipal de Fortaleza, os números de afogamentos só voltaram a crescer com o retorno do funcionamento das barracas de praia, a partir de julho.

De acordo com o major Chailton Fonteles, comandante da 1ª Companhia de Salvamento Marítimo, os registros de ocorrências aumentam de dezembro a fevereiro por conta do maior fluxo de pessoas na cidade causado pela chegada dos turistas. Porém, de agosto a dezembro, fenômenos naturais também interferem nas ocorrências.

“Na questão do mar, ele tem uma característica que é formada pelos ventos. Quanto mais fortes os ventos, de agosto até dezembro, com certeza o mar fica mais revolto e desloca mais massa de ar para praia, e assim que forma a corrente de retorno, criando valas”, informa. “É justamente nessas valas que acontecem os afogamentos. É como se a pessoa corresse em uma esteira. Ela corre, corre e nada”.

Dessa forma, a principal orientação é observar as características do mar, que podem muitas vezes confundir os banhistas. “Você olha para o mar e nas laterais você vê a onda quebrando com espuma. Nas laterais as ondas quebram em forma de espuma e no meio fica calmo. É ali a corrente. Muitos pais mandam os filhos tomar banho no local calmo achando que é seguro, mas é o pior local. Por que a onda não quebra? Porque é fundo. Essa corrente puxa a pessoa para dentro do oceano” explica o major.


Segurança

Os servidores da Inspetoria de Salvamento Aquático (ISA) da Guarda Municipal de Fortaleza estão distribuídos em seis pontos da orla da capital: Barra do Ceará, Carapebas, Ponta Mar, Luzeiros, Praia de Iracema e Náutico. Os guarda-vidas podem ser procurados e acionados nos postos, que funcionam todos os dias, de 8h às 17h.

O projeto “Vidas Seguras” distribui para crianças abaixo de 12 anos pulseiras para identificar os pais ou responsáveis presentes no local. Além disso, rotineiramente, os guarda-vidas realizam abordagens preventivas a banhistas, com dicas para o banho de mar seguro.

Segundo o major Chailton Fonteles, todos os postos terão apoio reforçado de mais 50 servidores - de 150 profissionais para 200. Na Praia do Futuro, os banhistas contam com a fiscalização em postos fixos e móveis. “Entre os postos, são 500 metros de um para o outro. Que fazem esse link entre um posto e outro. Tem dois guarda-vidas no posto dois. E fica um quadriciclo neste setor”, explica.


Cuidados

Geralmente, as equipes de salvadores deixam especificado os locais seguros para banho. Em casos de incerteza, o ideal é perguntar aos guarda-vidas os melhores espaços.

Pais e responsáveis devem ficar em alerta ao levar os pequenos para banho. “O primeiro guarda-vida da criança são os pais. Não é porque ele está com colete que ele vai baixar a guarda, não”, recomenda. Ainda de acordo com Fonteles, a equipe do Corpo de Bombeiros monitora as áreas com frequência e está disponível para auxiliar os banhistas. “É importante sempre procurar profissionais guarda-vidas. Temos as nossas pulseirinhas de identificação e sempre respeitar a sinalização dos Bombeiros”, frisa o militar.

Fonteles explica ainda que não se deve nadar contra a corrente. “Forçar demais o nado pode causar cãibras”, alerta. O mais indicado é comunicar que está em perigo a pessoas próximas. “Identificar se existe algum guarda-vida próximo. Levantar os braços para informar que está se afogando”, recomenda o Major.

Para evitar o afogamento, a orientação é não andar em direção à praia para evitar as espumas. “O ideal é fazer uma diagonal em direção a areia. Ou em formato de L, nadando alguns metros em paralelo à praia e depois em direção à praia”, esclarece.



Por G1 CE



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