O promotor de Justiça Antônio Ricardo Brígido Nunes Memória, acusado de assassinar o comerciante Durval César Leite de Carvalho, 72 anos, terá que pagar o valor de quatro salários mínimos mensais à família da vítima. O valor total é de R$ 4,8 mil.
O crime aconteceu em 18 de agosto de 2022, no Bairro Cidade dos Funcionários. Na ocasião, Ricardo Memória foi a casa de Durval Cesar Leite de Carvalho, onde o crime ocorreu. Imagens de câmeras de segurança mostram o promotor deixando a residência da vítima e entrando em um veículo. Antes de deixar o local, ele dispara um tiro em via pública. (Assista no vídeo acima)
Em depoimento à Polícia Civil, Antônio Ricardo Brígido, afirmou que matou o comerciante por ciúmes de um relacionamento em 1977 da esposa dele com Durval. O promotor continua preso.
Situação financeira difícil da família
A Justiça decidiu o repasse do pagamento por conta de a família do comerciante ter ficado em situação financeira precária, pois não possuiria renda, e somente a vítima ficava responsável pelas despesas do lar.
O setor de pagamentos do Ministério Público do Ceará (MPCE) terá a responsabilidade de realizar o desconto mensal e repassar à viúva. Além da viúva, a vítima deixou cinco filhos e sete netos.
O promotor foi denunciado pelo MPCE em 1º de setembro, pelo crime de homicídio qualificado, utilizando arma de fogo, por motivo fútil e pelo uso de recursos que dificultaram/impossibilitaram a reação de defesa da vítima.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) após conclusão do Procedimento Investigatório Criminal conduzido por uma comissão formada por três procuradores de Justiça. Na decisão, também foi considerado a incidência da causa de aumento de pena correspondente à idade avançada da vítima.
Além disso, a Justiça determinou para que o promotor seja impedido de vender o carro de luxo utilizado na fuga. O promotor foi denunciado por homicídio qualificado e o MPCE decidiu pelo afastamento do promotor das funções por 120 dias. Decisão unânime do conselho superior do MPCE.
Em setembro, o TJCE aceitou pedido da defesa do promotor que alegava a sua sanidade mental. Com isso, os prazos do processo por homicídio foram suspensos por conta desta sanidade.
Motivado por ciúmes
Ricardo Memória alegou durante depoimento à Comissão responsável pelo Procedimento Investigatório Criminal que matou Durval por ciúmes de um relacionamento entre a vítima e mulher do promotor, em 1977. O depoimento foi concedido na Procuradoria Geral de Justiça, no Bairro Cambeba, em Fortaleza.
Testemunhas afirmam que o promotor entrou em contato com a vítima pedindo para conversar e se dirigiu até a casa dela. Ao chegar ao local, houve um desentendimento, momento em que foram realizados os disparos de arma de fogo.
Segundo relatos do próprio promotor e de sua mulher, o promotor permaneceu sofrendo com o ciúme e depois de 45 anos foi tirar satisfação com Durval na casa dele.
Familiares de Durval Cesar contestam a versão do promotor e afirmaram que o depoimento é falso. Os parentes do idoso afirmaram que o promotor cometeu um crime premeditado, já que estava com duas armas e cobriu a placa do veículo na fuga.
Por g1 CE
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