sábado, 24 de outubro de 2015

PROTESTO CLAMA POR JUSTIÇA FECHANDO RODOVIA MOMENTOS APÓS ENTREVISTA DE DELEGADO SOBRE O ACIDENTE QUE MATOU TALITHA

Uma entrevista coletiva à imprensa concedida pelo Delegado Regional de Polícia Civil, Tenório de Brito, e um manifesto na Avenida Padre Cícero voltaram a colocar em evidência na tarde desta sexta-feira o caso Talitha Pietra. Ela foi vítima de atropelamento na manhã de domingo (18) e morreu nas imediações da passarela na rodovia estadual que liga os municípios de Juazeiro do Norte e Crato. A garota tinha apenas 12 anos, morava na Rua Antônio Juvêncio Pereira do bairro São José e estava indo para a Igreja.

O veículo atropelador foi um Fiat Pálio de cor prata e placas OIL-9983, inscrição de Juazeiro, dirigido pelo Soldado Leonardo o qual deixou o local sem prestar socorro à vítima, mas terminou encontrado e conduzido à Delegacia a fim de prestar depoimento. No final da tarde e início da noite de ontem, amigos, familiares, alunos, professores e funcionários das escolas do bairro além de populares comovidos com a história promoveram uma manifestação no local onde a tragédia aconteceu.

Eles fecharam a Avenida Padre Cícero nos dois sentidos com a utilização de pneus e alguns veículos que ficaram atravessados na rodovia. Durante o manifesto, distribuíram panfletos clamando por justiça e tendo foto da vítima. Ainda estenderam faixas e cartazes na estrada a qual registrou um engarrafamento quilométrico durante a interrupção que durou cerca de 40 minutos. Alguns motoristas se irritaram dizendo que lamentavam, mas tinham compromissos e pressa em chegar aos seus destinos.

Momentos antes, os Delegados Tenório de Brito e Levi Gonçalves Leal reuniram a imprensa numa entrevista coletiva. Para o Delegado Regional, sua colega Cícera de Jesus, que estava de plantão no dia do acidente, fez tudo de conformidade com a lei e dando a tipificação de homicídio culposo agravado pela omissão de socorro. Todavia, como ressaltou, nada foi concluído e a polícia ainda aguarda provas periciais não podendo antecipar sobre qualquer resultado final.

O Delegado Tenório de Brito acrescentou sobre a pretensão de juntar ao inquérito a decisão judicial que arbitrou fiança garantindo a liberdade do policial militar. Mesmo assim opinou não ter enxergado a necessidade da prisão temporária o que poderia se dar caso houvesse entraves na garantia da ordem pública ou inconveniência na apuração dos fatos, sendo que a polícia terá o prazo de 30 dias para fechar o inquérito.

Quem acompanhou a coletiva foi o advogado contratado pela família da vítima, André Jorge Rocha de Almeida, o qual defendeu, num contato posterior com a imprensa, a tipificação de um crime de homicídio doloso ao invés de culposo. Como argumentou, existem provas antes, durante e após o acidente que dão sustentação à sua tese. Responsável pela acusação, ele disse que o Soldado Leonardo estava alterado, trafegava sozinho e em alta velocidade pelo acostamento por onde desviaria o fotosensor, mas terminou atropelando a criança. Para o advogado André Jorge a polícia está fazendo sua parte com cautela a fim de evitar erros faltando ainda ouvir testemunhas e recolher imagens do acidente.


MISÉRIA

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