terça-feira, 6 de abril de 2021

Três a cada cinco cearenses perderam renda com a pandemia, aponta pesquisa



A renda de quase 60% dos cearenses foi deteriorada por conta da pandemia, revela pesquisa realizada pelo Instituto Opnus em parceria com o Sistema Verdes Mares. O impacto foi maior sobretudo a camadas mais vulneráveis da população, reduzindo fontes de renda de 73% de profissionais autônomos e de 70% de pessoas com renda familiar de até um salário mínimo (R$ 1.045).

Entre os segmentos sociais mais afetados com o cenário econômico adverso também estão as pessoas com escolaridade até o ensino médio (64% dos entrevistados nessa faixa relataram perdas econômicas no período) e mulheres (61% ante 57% dos homens).

“É como se fossem vários fatores contribuindo justamente para que a pandemia chegasse com mais força em quem já estava em condições de maior vulnerabilidade. As pessoas de menor renda foram aquelas que mais perderam durante a pandemia. Quem mais perdeu emprego, mais esteve exposto no trabalho, aquela pessoa que fazia um bico de trabalho informal e também as famílias foram os que mais tiveram diminuição da renda, são aquelas que ganham até um salário mínimo. A base da pirâmide econômica”, observa o coordenador da pesquisa e diretor do Instituto Opnus, Pedro Barbosa. 


PERDA DE TRABALHO NA CRISE

Segundo a pesquisa Opnus, 34% dos cearenses relataram terem perdido trabalho ou deixado de trabalhar devido à pandemia. A situação atingiu 43% das pessoas com renda familiar de até um salário mínimo e 51% dos profissionais autônomos. Entre os empregados do mercado formal, 19% perderam o trabalho. 

A existência de um familiar ou de outro morador da residência que tenha deixado de trabalhar em decorrência da crise também foi relatada por 37% dos entrevistados, sendo com maior frequência pelos autônomos (43%) e por pessoas com renda de até um salário mínimo (45%). 

“Fica muito claro aí esse recorte pegando muito fortemente a população de renda mais baixa. São aqueles que mais declararam ter perdido o seu trabalho durante a pandemia. A gente percebe também que são pessoas que agora estão declarando a renda familiar de até um salário mínimo. Pode ser que antes da pandemia tivessem até uma renda familiar um pouco mais alta, porque tinham a possibilidade de trabalho e agora eles diminuíram esse poder aquisitivo”, comenta Barbosa. 

O Instituto entrevistou 1.380 pessoas dentre a população cearense com mais de 18 anos e que possui telefone celular, com a distribuição da amostra seguindo cotas por sexo e idade nas diferentes regiões do Estado. As entrevistas foram realizadas entre os dias 27 e 30 de março de 2021 e trazem opiniões, percepções, hábitos e comportamentos dos cearenses durante a pandemia. 


EXIGÊNCIA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

E são justamente essas camadas as que mais precisam do auxílio emergencial, cujo pagamento começa nesta terça-feira (6). De acordo com o levantamento da Opnus, a população cearense é quase unânime (95%) a respeito da necessidade de que o Governo Federal conceda o auxílio em 2021. 

Entre os entrevistados, 71% disseram que eles próprios ou outro morador da casa receberam o benefício no ano passado. Essa proporção cresce a 81% entre aqueles com renda familiar de até um salário mínimo e profissionais autônomos, e a 80% entre pessoas desempregadas.


Fonte: Diario do Nordeste 

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