quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Fortaleza registra a menor prévia da inflação do Brasil em agosto



A prévia da inflação na capital cearense apresentou um avanço de 0,11% em agosto. Apesar da pequena alta, Fortaleza registrou a menor prévia da inflação do país, que apontou um crescimento de 0,23% no mês, segundo os dados da pesquisa Índice do Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (25).

O cenário foi influenciado pela redução na área da educação. Com a pandemia de coronavírus e a suspensão de aulas presenciais, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou uma lei que determina a redução da mensalidade escolar.

De acordo com Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), este é um "cenário positivo", pois indica uma maior estabilidade nos preços. "Isso é um cenário positivo de que a gente deve encontrar uma maior estabilização dos preços. No entanto, também são consequências do desemprego elevado, diminuição da renda das famílias e também pelo crescimento menor da demanda", avalia.

Veja a prévia da inflação nas Regiões Metropolitanas do país:

  • Belo Horizonte: 0,37%
  • Porto Alegre: 0,30%
  • Recife: 0,28%
  • São Paulo: 0,25%
  • Salvador: 0,23%
  • Rio de Janeiro: 0,20%
  • Curitiba: 0,17%
  • Belém: 0,15%
  • Fortaleza: 0,11%


Deflação
Assim como observado no Brasil, a prévia da inflação em Fortaleza sofreu grandes impactos em decorrência do grupo educação. Na capital cearense, o segmento sofreu deflação de 7,70%, com destaque para os subitens: pré-escola (-18,69%), ensino médio (-9,79%), ensino fundamental (-9, 42%) e cursos regulares (-9,22%).

"Com a suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia de Covid-19, várias instituições de ensino concederam descontos nas mensalidades, que foram contabilizados no IPCA-15 de agosto", diz o IBGE em nota.
Coimbra avalia que com a pandemia, o setor educacional vem sofrendo grandes impactos e isso vem "ajudando" no controle da inflação. " O segmento educacional tem tido grandes perdas, pois houve redução da mensalidade de muitas escolas, algumas reduções impostas pelas leis estaduais, outras por negociação direta e isso vem ajudando no controle da inflação", comenta.

Dos nove grupos pesquisados, apenas os segmentos de educação e vestuário (-0,46%), registraram deflação na prévia de agosto.

Outros segmentos
Se por um lado, o segmento educacional auxiliou para que a prévia da inflação na Capital tivesse um resultado mais ameno, a inflação do segmento de informática contribuiu para o resultado positivo de 0,11%.

De acordo com o IBGE, o grupo comunicação apresentou uma alta de 2,15% , com destaque para o subitem acesso a internet que registrou a maior inflação entre todos os produtos pesquisados pelo IBGE, uma elevação de 12,18% na prévia de agosto.

Coimbra pontua que esse fator é um reflexo direto da pandemia, pois muitas pessoas tiveram que trabalhar em regime de home office, além da questão do ensino pelas escolas que aconteceu de forma virtual.

"A busca por serviços de internet mais rápidos e de melhor qualidade cresceram durante a pandemia, não só pela questão do home office, mas também pela questão dos estudos. As escolas também precisaram incorporar o ensino a distância, ter um acesso de qualidade é fundamental. Em uma casa, podem existir duas ou mais pessoas de home office, além das que estudam", avalia.

Outro item que pressionou o resultado da prévia da inflação, foram os combustíveis, que apresentaram elevação de 2,55%, com maior impacto do aumento de 2,63% no preço da gasolina, de 1,71% do óleo diesel e 0,79% do gás veicular .

Com o resultado, a capital cearense acumula alta de 1,84% no ano e de 2,96% nos últimos 12 meses.


Por Flávia Anjos, G1 CE

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