segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Começa colheita de arroz irrigado na bacia do Orós

 


No entorno do açude Orós, nos municípios de Iguatu e Quixelô, na região Centro-Sul cearense, chegou a época da colheita de arroz irrigado. O grão que é amplamente consumido no dia a dia é uma fonte de renda para os pequenos produtores. O aumento do preço do produto e a recarga do reservatório impulsionaram o plantio nas vazantes do reservatório neste segundo semestre.

O clima é de trabalho e alegria entre os rizicultores, nas várzeas do segundo maior reservatório do Ceará. "A safra está melhor do que a gente esperava, rendeu muito", disse o agricultor Francisco Chagas, que colheu 48 mil quilos em uma área de seis hectares. "Quem plantou se saiu muito bem", disse Chagas.

Neste ano, foram cultivados cerca de 500 hectares e a expectativa é de uma safra de 4.000 toneladas. No triênio 2017 a 2019, por causa da redução de volume de água no açude, uma área de cultivo do grão irrigado quase desapareceu.

No ano passado, foram cultivados apenas 40 hectares. Uma queda de 98% em comparação com as décadas de 1970 a 1990, quando a atividade prosperou e eram cultivados cerca de dois mil hectares, em média.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, que mora no entorno do açude Orós, lembrou que "uma queda de preço do produto foi o grande desestímulo para o abandono da atividade por parte dos agricultores", afirmou Evanilson Saraiva.

Neste ano, o preço voltou a ser favorável. A saca de 60kg do grão em casca é vendida na roça por R $ 115,00 para corretores de usinas de beneficiamento de Iguatu, Icó e Morada Nova. Há duas semanas, o preço da saca de 60kg oscilou entre R $ 100,00 e R $ 110,00.

Na safra passada, uma saca de 60kg do arroz em casa foi vendida pelos produtores, na roça, por R $ 70,00. Em 2018, a situação foi pior, porque o preço máximo da mesma quantidade caiu para R $ 45,00.

O agrônomo Tenório Cavalcante frisou que o cultivo tende a voltar a níveis anteriores. "Essa é a tendência, porque o preço está satisfatório. E se o Orós receber mais água em 2021, o plantio de arroz irrigado será ainda maior", pontuou. "Podemos ter no próximo ano uma safra recorde e uma área cultivada em torno de três mil hectares".

José Bento Teixeira vai colher, a partir do próximo dia 15, cerca de 40 mil quilos do grão. "Esta safra está dando tudo certo, preço bom e muita produção", comemorou o produtor rural.


Volume

Atualmente, segundo a mesma Portal Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Orós acumula um volume de água de 21,8%, mas nessa época, em 2019, estava apenas com 5,2%.

Os produtores apontam que entre 50% e 70% do volume é o nível satisfatório para a expansão do cultivo de arroz irrigado porque "beneficia as melhores terras e uma maior quantidade de produtores", Sara observaiva.


Fonte: Diario do Nordeste 

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