terça-feira, 18 de agosto de 2020

Mortes por Covid-19 nas UPAs em Fortaleza caem 96% entre maio e agosto



Desde junho, a cidade de Fortaleza – município mais atingido pela Covid-19 no Ceará – vem registrando demandas menores de saúde relacionadas à doença. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, por exemplo, as internações de pacientes sintomáticos caíram 78%, e os óbitos pela enfermidade, 96%, quando comparados os meses de maio e agosto.

Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Os números indicam, ainda que foram contabilizadas 1.817 internações entre os dias 1º e 16 de maio, mês em que a cidade teve o pico de casos e óbitos pela doença. No mesmo período de agosto, as unidades tiveram 383 acolhimentos.

Os óbitos variaram de 194 para apenas sete em igual intervalo, depois de sucessivos decréscimos ao longo de junho e julho, mesmo com a reabertura de setores da economia autorizada pelo Governo do Estado. Os dados se referem a 11 UPAs de Fortaleza, que dispõem de 12 equipamentos.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que entrará em contato com a gestão da UPA do Bom Jardim, única sem os registros disponíveis na plataforma, para questionar a ausência das informações. No entanto, a pasta salienta que os atendimentos à Covid-19 seguem normalmente no local.

O Ceará chegou a 198.252 casos confirmados e 8.172 mortes causadas pela Covid-19, segundo dados da plataforma IntegraSUS, atualizada às 17h33 desta segunda-feira (17). Já são 169.373 pessoas recuperadas da enfermidade.

Para o epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciano Pamplona, a queda pode estar relacionada a dois cenários sobre a estabilização da doença. “Quando falamos de redução de internação, pode mostrar menor transmissão. Fortaleza mostra isso de forma mais evidente. Agora, sobre número de óbitos, é preciso dizer que esses casos podem ser de pessoas que adoeceram há mais de 10 dias atrás. A redução pode significar que estamos conseguindo controlar a doença”, avalia o especialista.

O professor ressalta, porém, que é impossível desconsiderar “que as pessoas continuam morrendo”, por isso é preciso manter o isolamento social – medida cada vez mais difícil, já que aglomerações em praias e festas privadas têm sido recorrentes nas últimas semanas.


Por G1 CE


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