quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Quase 90% dos territórios indígenas no Ceará já registram casos confirmados da Covid-19


Um total de 17 dos 19 territórios com populações indígenas no Ceará já registram casos confirmados do novo coronavírus na população originária. Apenas os municípios de Novo Oriente e Carnaubal não somam casos, segundo boletim da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince), divulgado nesta terça-feira (11). O número representa 89% dos territórios com a população tradicional no estado.

A Fepoince considera dados das Secretarias da Saúde do Estado e dos municípios. Segundo a entidade, 549 já foram infectados no Ceará (considerando indígenas aldeados e não aldeados). Deste total, 86 permanecem doentes e 457 se recuperaram. Seis indígenas perderam a vida por conta da Covid-19.

Em todo o estado, entre indígenas e não indígenas, são mais de 192 mil casos confirmados da doença e 8.052 mortes, segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará, atualizada às 10h24 desta quarta-feira (12). No Ceará, a Covid-19 já fez mais que o dobro de vítimas que a Aids, patologia causada pelo vírus HIV, em um período de 10 anos.


Cidades com mais casos entre indígenas são:

  • Itarema: 164
  • Caucaia: 127
  • Maracanaú: 60
  • Crateús: 51
  • Pacatuba: 41
  • Aratuba: 23
  • Acaraú: 19
  • São Benedito: 13
  • Itapipoca: 12
  • Monsenhor Tabosa: 12

Os seis óbitos ocorreram Caucaia (2), Maracanaú (1), Pacatuba (2) e Tamboril (1).


Segundo o boletim, nos primeiros dias de agosto houve um aumento no número de registros entre a população indígena, com leve queda na segunda semana. Os índices mais preocupantes são nos territórios do povo Tremembé, em Itarema (164) e Acaraú (19). Caucaia (127), Maracanaú (60), Crateús (51) e Pacatuba (41) também apresentam situação preocupante.

Segundo o Governo do Estado, o Ceará possui 18 municípios com territórios indígenas. A Fepoince, no entanto, considera o município de Crato, no Cariri, na lista - o povo Kariri está em processo de autoafirmação.


Por Rodrigo Rodrigues, G1 CE


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