sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Polícia investiga suposto cemitério clandestino utilizado por facção criminosa para torturar e enterrar rivais em Fortaleza

 


A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), investiga a informação de que uma facção criminosa teria um cemitério clandestino para torturar, matar e enterrar rivais, em Fortaleza. A prisão do suspeito de chefiar o grupo ocorreu na terça-feira (27) e foi divulgada na quinta-feira (29).

Conforme a Polícia Civil, ele é suspeito de ordenar mortes e comandar o tráfico de drogas e de armas de fogo nos bairros Barroso e Serrinha, na capital cearense. O preso nega envolvimento com o crime.

O grupo comandado pelo suspeito é apontado como responsável por torturar e matar um traficante inimigo que atuava no Bairro Serrinha, neste ano.

As investigações da Draco apontam que a prática da tortura pela quadrilha era recorrente. Para isso, os criminosos se utilizavam de um terreno, próximo a uma pocilga, que servia de cemitério clandestino. A vítima seria levada para lá, torturada, morta e enterrada. A localização do terreno não foi informada.


Policial entre os alvos

O G1 apurou que ao menos três homens procuraram a polícia, nos últimos meses, para denunciar ameaças de morte que sofreram, por morarem em uma região dominada pela facção, mas não pertencerem ao grupo. Um deles é policial militar.

Testemunhas contaram à Draco que os criminosos tentaram matar o PM em uma ação, mas confundiram a casa do agente de segurança com a de um vizinho e tentaram arrombar o portão errado. A motivação do crime seria o fato de o militar estar atrapalhando o tráfico de drogas na localidade.

Outro policial militar e familiares, além de traficantes já conhecidos pela polícia, são suspeitos de integrar a quadrilha.


Suspeito de chefiar grupo foi preso

O suspeito de ser chefe da facção foi preso próximo a sua residência, no município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na terça-feira (27). No imóvel, foram apreendidos um revólver, munições, mais de R$ 1,2 mil em espécie, aparelhos celulares e comprovantes bancários, que serão analisados pela Polícia Civil.

O homem - que já tinha passagens pela Polícia por tráfico de drogas, associação para o tráfico e associação criminosa - foi autuado, desta vez, por integrar organização criminosa, posse ilegal de arma de fogo e receptação.

No interrogatório, ele negou as acusações de integrar organização criminosa e de matar um homem. Contou que possui uma oficina mecânica junto a outro sócio, em Caucaia, na Grande Fortaleza. E alegou que possuía uma arma de fogo para se proteger de assaltos na área onde mora e de ex-inimigos que fez na época em que se envolvia com a criminalidade.

O titular da Draco, delegado Harley Filho, destacou o papel do suspeito dentro da facção criminosa. "Há fortes indícios de ser uma pessoa bem articulada dentro da facção criminosa, por se tratar de um conselheiro permanente desse grupo criminoso. (Tem) funções de emanar ordens mais críticas, que vão repercutir no mundo exterior e dentro dos presídios".


Por G1 CE


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