terça-feira, 19 de janeiro de 2021

'Fiscais seguravam lanterna para gente tentar enxergar', diz candidata do Enem de cidade do Ceará onde faltou luz



Uma estudante que fez o primeiro dia de prova do Enem 2020 na Escola Municipal Dário Batista Moreno, no município cearense de Várzea Alegre, relatou que os candidatos tiveram de terminar a prova com o auxílio de lanternas de celulares segurados pelos aplicadores do exame, após faltar energia elétrica no local, por volta de 15h.

"Nós não tínhamos condição alguma de enxergar nem o próprio gabarito. Fomos colocados para fora da sala para poder tentar terminar a prova com o auxílio de lanternas que os aplicadores seguravam para a gente tentar enxergar alguma coisa", declarou Victória Camilli Bezerra da Silva.

De acordo com a estudante, os coordenadores do Enem na escola tentaram alternativas para que os 203 candidatos alocados na instituição pudessem prosseguir com a prova, mesmo sem energia elétrica.

“Eles informaram que o tempo que a gente fosse passar sem energia seria acrescentado ao final da prova. Só que chegou ao final e não tinha energia, e nenhuma perspectiva que fosse voltar em nenhum momento. E, por isso, a gente foi mais prejudicada ainda porque muita gente estava esperando voltar a energia para poder terminar a prova, e chegou 7h da noite, e não tinha energia”, destaca Victória.

A Enel Distribuição Ceará, operadora do serviço no estado, informou que “uma falha no transformador que atende o local causou a interrupção do fornecimento de energia para alguns clientes”. Segundo a companhia, equipes técnicas logo foram enviadas para o local para normalizar o serviço. De acordo com a empresa, o fornecimento foi completamente normalizado ainda no domingo.


Revolta após ano complicado

A situação causou revolta à candidata, principalmente pelas dificuldades que ela informa ter enfrentado com a pandemia de Covid-19. "A gente realmente ficou em uma situação desesperadora porque, diante de tudo que a gente passou esse ano, ainda viver isso.”, complementa a estudante.

“A gente precisa que essa denúncia seja feita, e que a gente tenha o direito à reaplicação. O que hoje nós pedimos é que seja feita a justiça e que a gente tenha direito à reaplicação dessa prova", disse a candidata.

Já o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) explicou que o edital do Enem já ampara estes possíveis problemas de logística, não apenas em Várzea Alegre, mas no Brasil todo.

O instituto também garantiu que quem teve alguma doença infectocontagiosa antes da prova e não pôde comparecer, como a Covid-19, e outras doenças que estão previstas no edital, poderão solicitar a reaplicação da prova. 


Por G1 CE


Nenhum comentário:

Postar um comentário