sexta-feira, 28 de maio de 2021

Pandemia piorará em uma semana, e número de mortes pode subir 16%, diz Fiocruz



A pandemia de coronavírus vai piorar nas próximas semanas no Brasil, em um cenário em que há estabilização do número de mortes por Covid-19, com patamar diário médio próximo de 1,9 mil, e aumento constante da incidência de novos casos da doença.

Esta é a conclusão do boletim emitido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (27), que analisou a vigésima semana epidemiológica de 2021, que ocorreu entre 16 e 22 de maio. Conforme a instituição, há previsão de que a média de mortes por dia chegue a 2,2 mil na próxima semana.

''Esse contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no número de internações, demonstrado pelo crescimento das taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil'', explica o relatório.

Junto ao aumento consistente no número de casos, há o ''rejuvenescimento da pandemia'', como descreve a Fundação, devido à ''circulação de novas variantes do vírus no país e ao relativo sucesso da campanha de vacinação entre populações mais idosas''.

Em suma, isso representa que pessoas com idade entre 18 e 59 anos que, empiricamente, costumam precisar de períodos mais longos de internação UTIs, com média de 20 dias de hospitalização, tornará ''crítico o tratamento para casos graves entre grupos mais jovens''.

Outra preocupação, pontua a Fiocruz, é a ''exposição desta faixa etária a condições precárias de trabalho, transporte, retomada de atividades econômicas e de lazer, que vêm sendo efetivadas em diversos estados e municípios, com a flexibilização das restrições vigentes em março''.

''Esse conjunto de indicadores, que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, aponta para o recrudescimento da pandemia nas próximas semanas. Mantidas as tendências desses indicadores, pode-se prever uma nova elevação do número médio de óbitos para um patamar em torno de 2,2 mil por dia'', conclui o texto.

Com crescimento diário de 0,7% no número de diagnósticos de Covid-19, que estão, em média, em 62 mil por dia, o agravamento do quadro sanitário pode ser ainda pior nas próximas duas semanas. Com mais pessoas adoecendo, maior é a probabilidade de que quadros graves da doença se desenvolvam e, por consequência, majorar a sobrecarga nos sistemas de saúde.

''Entre 17 e 24 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentaram ou se mantiveram estáveis, em níveis elevados, em praticamente todo o Brasil, ratificando a avaliação de que a tendência de queda, que vinha sendo observada até por volta do dia 10 deste mês, se interrompeu'', alerta o boletim.

Em todo o Brasil, apenas a região Norte apresentou leve melhora nos indicadores, ainda em patamares altos: Rondônia teve queda de 83% para 79% nas ocupações, e o Tocantins registrou flutuação de 89% para 86%. Em Minas Gerais, há 80% de ocupação geral de leitos de UTI.


Nove unidades da Federação encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%:

  • Piauí (91%)
  • Ceará (92%)
  • Rio Grande do Norte (97%)
  • Pernambuco (98%)
  • Sergipe (99%)
  • Paraná (96%)
  • Santa Catarina (95%)
  • Mato Grosso do Sul (99%) 
  • Distrito Federal (96%).


Fonte: O Tempo

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