quarta-feira, 20 de abril de 2022

Mulher que fingia ser dona de ONG é presa suspeita de extorquir R$ 200 mil com postagens de animais que supostamente precisavam de ajuda


Uma mulher que fingia ser dona de uma ONG de proteção de animais foi presa em Caucaia, na Grande Fortaleza, suspeita de extorquir dinheiro e chantagear várias pessoas. Ela faz parte de um grupo criminoso que postava fotos de animais que precisavam de ajuda e pedia doações nas redes sociais. A prisão aconteceu há dois meses e a Polícia Civil acredita que o grupo tenha conseguido doações de pelo menos 500 pessoas de diferentes estados do Brasil. As doações chegam em torno de R$ 200 mil.

A suspeita foi identificada como Mariah Jéssica Sales de Paula, de 24 anos, que se dizia responsável por uma suposta Ong chamada "Quatro Patas". Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, atua a Ong "Anjos de Quatro Patas", que não tem qualquer relação com o crime.

Segundo o delegado Carlos Teófilo, adjunto da Delegacia de Defraudações e Falsificações, a mulher faz parte de uma facção criminosa e agia com a ajuda do companheiro e dos sogros. Quando as vítimas descobriam que tinham caído no golpe e denunciavam o caso à polícia, o grupo fazia ameaças de morte.

"Esse grupo agia desde agosto de 2021, já tinha uma investigação em andamento na delegacia de defraudações há aproximadamente dois meses. Conforme as investigações, aproximadamente 500 pessoas de todo o Brasil foram vítimas desse grupo, e fizeram doações que giram em torno de R$ 100 a R$ 200 mil reais", explica o delegado.

Ainda segundo as investigações, a mulher presa criou um perfil de uma falsa ONG nas redes sociais e postava fotos de animais reais, mas que estavam em poder de ONGs verdadeiras. As outras pessoas envolvidas na prática criminosa estão sendo procuradas pela polícia.

"Ela pegava animais que estavam no poder de outras pessoas, sob a tutela e a solicitação de ajuda de outras pessoas, copiava, inclusive, o texto que essa mesma pessoa tinha colocado solicitando ajuda e trocava somente os dados do pix e o meio de transferência bancária. Eu impetrei uma queixa crime na delegacia de defraudações, onde o delegado passou alguns meses investigando essa falsa ONG", conta a advogada animalista Cinthia Belino.


Ameaças de morte

Uma pessoa que foi vítima do grupo criminoso, que prefere não se identificar, afirma ter sofrido ameaças de morte por sete meses. Somente depois da prisão da mulher foi que as ameaças acabaram.

"Quando eu consegui entrar em um dos perfis deles, que todos eram privados, eu vi que eles estavam utilizando a foto da minha cadela deficiente, então eu printei tudo e a partir daí, fiz um boletim de ocorrência e postei todo o golpe no meu perfil que eu estava usando. Eles descobriram o número do meu BO e, a partir daí, conseguiram pegar o meu nome completo, meu endereço, e começaram a me ameaçar. Várias ameaças, inclusive ameaças de morte. Eu passei sete meses sendo ameaçada, até que um deles foi preso", conta.


Por g1 CE


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