quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Na pandemia, mulheres perderam mil empregos no Ceará, enquanto homens ganharam 10 mil vagas

 


As mulheres ganharam mais um lugar indesejável no ranking de penalizações sociais ao acumularem mais demissões do que os homens durante a pandemia, em 2020. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia revelam um saldo positivo de 10.063 postos de trabalho para homens de março a dezembro do ano passado, no Ceará, enquanto as mulheres perderam 1.054 empregos no mesmo período.

O analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, frisa que, historicamente, mulheres estão em igual patamar a segmentos populacionais como pessoas com deficiência, com idade avançada ou egressos do sistema penal quando se trata de dificuldades no mercado de trabalho.


Só 4 em cada 10 mulheres estão no mercado

“Geralmente, a taxa de participação dos homens gira em torno de 66%, ou seja, pelo menos 6 em cada 10 homens estão no mercado de trabalho. Quando a gente olha pras mulheres, esse número é no patamar de 40%, ou seja, não chega nem na metade. Então, enquanto mais da metade dos homens estão inseridos no mercado de trabalho, essa relação inverte entre as mulheres”, diz o analista. 

Considerando todo o ano passado, o levantamento do Caged mostra a criação de 15.989 postos de trabalho para homens e apenas 2.557 para mulheres no Ceará. Os dados também revelam que o mês de abril teve o pior cenário de demissões para mulheres. Elas perderam 13.806 postos de trabalho. 

No cenário nacional, a disparidade entre homens e mulheres é ainda mais alargada, tendo o País gerado 230.294 mil empregos para os homens, e fechado 87.604 postos de trabalho para mulheres em 2020. 

“Mostra que realmente a tendência é a mesma. Independentemente do espaço geográfico, isso acaba reproduzindo uma questão cultural do mercado de trabalho”, frisa Mesquita. 


Fonte: Diario do Nordeste 

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