terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Ceará planeja criação de delegacia de combate à discriminação em 2022



O Governo do Estado planeja a criação de uma nova delegacia especializada em 2022. O equipamento deve atender casos de discriminação religiosa, racial ou da população LGBTQIA+. A informação foi divulgada pela diretora do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis, Arlete Gonçalves Silveira, nesta segunda-feira, 13, durante inauguração do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues.

Segundo Arlete, representantes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) devem viajar à Brasília nos próximos dias para conhecer o modelo da delegacia de combate à discriminação criada no estado em 2016. A diretora afirma que o projeto da delegacia faz parte de um ''plano de reestruturação da Polícia''. A nova delegacia funcionará em Fortaleza, de acordo com Arlete.

Em 2020, um projeto de indicação de autoria do deputado estadual Renato Roseno (Psol) chegou a sugerir a criação de uma delegacia voltada para combate aos crimes de intolerância religiosa. O projeto continua em tramitação na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE).


Formação para profissionais da segurança

Durante a inauguração do centro que deverá atender demandas da população LGBT+ do Estado, Arlete afirmou ainda acreditar na necessidade de capacitação contínua de profissionais da segurança para tratar das discriminações sofridas por esse grupo.

''Isso não é uma demanda nossa, do nosso departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis. É uma demanda que tem que ter capilaridade por todo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, pelos departamentos do Interior, pelas delegacias. Todo e qualquer equipamento de segurança pública do Estado tem que estar apto a atender bem essa população'', disse.

Para Andrea Rossati, presidenta da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Estado do Ceará (Atrac), a delegacia é uma das principais demandas da população LGBT. "Nossa nota é zero para a política pública de segurança para LGBTs. Não temos hoje uma Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), um plano estadual de segurança pública para enfrentar as homofobias, não temos sequer servidores da área da segurança pública que consigam identificar um crime de transfobia", aponta.


Fonte: O Povo

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