quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Álcool está entre as principais causas de morte no Brasil



Aos olhos da sociedade, consumir álcool pode parecer inofensivo. Entretanto, com um consumo excessivo, o que antes era prazer se torna vício e pode se tornar causa para diversos problemas sociais, entre eles a violência urbana, doméstica e acidentes de trânsito.  

“O alcoolismo tem impacto em vários setores da sociedade, no sentido de que está associado ao desempenho no trabalho, agravamento de patologias psíquicas, aumento nos casos de violência doméstica e no trânsito, tanto nas infrações quanto nos crimes e acidentes relacionados”, explica o psiquiatra Davi Queiroz de Carvalho Rocha, coordenador da Coordenadoria de Políticas de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (COPOM) e integra a Secretaria Executiva de Políticas de Saúde (SEPOS), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). 

Segundo estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) à revista Addiction, o consumo de álcool é um fator principal que contribui para mais de 300 mil mortes anualmente nas Américas. No Brasil, o índice chegou a alcançar 24,8% em comparação ao índice de mortalidade total. 


DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Mundial (OCDE) revelou em relatório que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas reduz, em média, quase um ano na expectativa de vida dos habitantes de 52 países.  

Em relação à expectativa de vida do brasileiro, o número poderá ser quase nove meses menor nos próximos 30 anos e provocar uma redução de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do país. 

Dr. Davi justifica que a redução está relacionada socialmente com o aumento da violência e acidentes de trânsito, e, economicamente, com o afastamento e queda de produtividade no trabalho. A OCDE faz análises contínuas sobre o assunto e trata o combate ao alcoolismo como um dos principais parâmetros para a entrada dos países na organização. 


POLÍTICAS PÚBLICAS NO CEARÁ 

No Ceará, ainda não há índices consolidados sobre a relação do alcoolismo com o desenvolvimento social. Dr. Davi propõe que a atenção básica, desde o primeiro contato com o álcool, deve ser priorizada. 

“Cerca de 10% da população de cada cidade, de uma maneira geral, tem problemas com o uso de álcool. Então, a gente faz as notas recomendativas de que cada unidade de saúde da família acompanhe pelo menos 10% da população que seria alcançada com nossos serviços”, explica o médico. 

Dr. Davi ainda ressalta a importância da continuidade da vigilância sobre os impactos do alcoolismo e da dependência química nos índices de violência. Em 2018, a Secretaria de Saúde, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP), implantou observatórios municipais de causas externas como forma de disponibilizar informações confiáveis sobre mortes e lesões autoprovocados ou não, que incluem homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais. 


Fonte: Diario do Nordeste

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