quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Operação de combate à sonegação fiscal apreende mais de R$ 2 milhões em Iguatu e Fortaleza



Nesta quarta-feira (15), a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) cumpriu mandados de buscas e apreensão nos municípios de Iguatu e Fortaleza. A empresa Indústrias Reunidas de Móveis do Nordeste S/A, Grupo Tubform é alvo da operação, indiciada por praticar crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, fraude à execução e associação criminosa. Na ocasião, foram apreendidos mais de R$2 milhões em espécie.

A operação foi deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), através da Delegacia de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária (Deccot) da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf/ MPCE) e da Secretaria da Fazenda (Sefaz-CE).

De acordo com a Polícia Civil, o dinheiro estava na sede da empresa em Iguatu e na casa de um dos alvos em Fortaleza, sendo necessária a ajuda de funcionários de bancos para a realização da contagem do dinheiro. Um segundo cofre, que estava em um imóvel em Fortaleza, também foi apreendido. Além da quantia em dinheiro, foram apreendidos mídias digitais, aparelhos celulares, computadores, tablets, documentos, veículos e jóias.

Segundo os agentes envolvidos na operação, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, foi determinado judicialmente a indisponibilidade de mais de 400 lotes imobiliários, nove salas comerciais, nove veículos e de dinheiro de contas bancárias de sete suspeitos de integrar o grupo criminoso. Até o momento, estima-se que o valor total obtido com a Operação Águas Turvas supere a cifra de R$10 milhões.


A OPERAÇÃO

De acordo com a Polícia Civil, as investigações tiveram início no ano de 2020, após manifestação da Procuradoria Geral do Estado do Ceará. Foram identificados indícios de esquema criminoso envolvendo, de início, crimes contra a ordem tributária relacionados ao Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI), criado para conceder benefícios para instalação de empreendimentos industriais, e incentivos fiscais para propiciar a industrialização e o desenvolvimento do Estado.

Segundo a apuração do Cira, comitê responsável pela operação, o grupo se apropriou indevidamente dos tributos devidos, além de simular a venda de centenas de lotes imobiliários em Iguatu e quase uma dezena de salas comerciais em Fortaleza para demonstrar, de forma fraudulenta, um patrimônio menor do que possuía. A intenção era dissimular o número de bens diante do processo de recuperação judicial, iniciado em julho de 2017. Os crimes foram comprovados somente após a quebra de sigilo bancário dos investigados.

Segundo a Polícia Civil, primeiramente descobriu-se que a negociação de compra e venda dos bens era feita entre pessoas da mesma família. Depois, foi confirmado que não havia desembolso ou pagamento proporcional pelos compradores e que também não havia registro bancário de recebimento pelos proprietários. A imobiliária utilizada para as transações é registrada em nome de um dos investigados, cujo endereço informado nos registros indica se tratar de empresa de fachada. O grupo empresarial possui, hoje, inscrições na Dívida Ativa do Estado que ultrapassam a cifra de R$34 milhões (sendo que 98% do valor devido é de ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).


Por Yanne Vieira

Miséria.com.br

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