sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Apesar de cenário estável, Brasil registra aumento de SRAG em crianças



Pela primeira vez, nenhuma macrorregião de saúde do Brasil apresenta nível extremamente alto de número de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), segundo boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado nesta quinta-feira, 14. No entanto, estados de todas as regiões brasileiras, exceto Norte, registraram número elevado de casos semanais dentre as crianças de até 9 anos.

Em algumas localidades, o volume de casos de SRAG foi ainda superior aos picos de 2020. A análise de casos positivos para diferentes vírus respiratórios aponta ainda a presença considerável de vírus sincicial respiratório (VSR) dentre as crianças. Em 2021, os casos semanais estão em patamar ligeiramente superior ao de casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Na população adulta, pessoas com idade acima de 20 anos, a Covid-19 ainda é predominante nos casos de SRAG. A infecção por Sars-CoV-2 é responsável quase que pela totalidade dos casos com identificação de vírus respiratório por exame laboratorial.

O cenário brasileiro é considerado estável, mesmo com sinal de crescimento leve nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). O aumento está presente em todas as faixas etárias entre 30 a 69 anos. No caso das crianças, no entanto, esse índice está com patamar elevado.

O Ceará está entre os dez estados que apresentaram sinal forte de crescimento (95%) na tendência de longo prazo e moderado (75%) na tendência de curto prazo. Esse aumento está concentrado na população mais idosa e em crianças de até 9 anos. Já Fortaleza aparece entre as onze capitais que apresentam crescimento na tendência de longo prazo.

“Em função do avanço da cobertura vacinal de primeira e segunda dose entre adultos e jovens adultos, é de fundamental importância acompanhar a evolução de casos entre a população de crianças e adolescentes, bem como nos mais idosos, para um acompanhamento da tendência e nível de transmissão comunitária”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.


Relação entre SRAG e Covid-19

Síndromes respiratórias são um conjunto de sinais e sintomas, relatados pelos pacientes e observados em exames, que indiquem infecção no sistema respiratório. Febre, calafrios, coriza, dor de cabeça, dificuldade para respirar, cansaço pulmonar ao realizar tarefas simples e perda de olfato e paladar são alguns dos indicadores.

Em casos leves, o diagnóstico é de Síndrome Gripal, enquanto os mais graves são chamados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A classificação é usada quando não há, por não terem sido realizados ou ainda não estarem prontos, resultados de exames que determinem qual o tipo da infecção. Síndrome Gripal e SRAG podem ser considerados, portanto, como pré-diagnósticos. Algumas das possibilidades são gripe comum, pneumonia e Covid-19.


Fonte: O Povo


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