segunda-feira, 25 de outubro de 2021

grupo é flagrado no topo do Edifício São Pedro, onde jovem morreu há seis meses, em Fortaleza



Um grupo com cerca de nove pessoas foi flagrado na parte de cima do Edifício São Pedro, imóvel localizado na Praia de Iracema, em Fortaleza. O prédio está abandonado e a estrutura oferece riscos. Uma jovem morreu após cair de uma parte do edifício que cedeu em abril deste ano.

Nas imagens, é possível ver que as pessoas estão sentadas, conversando, mas alguma delas pulam entre um espaço e outro. “Sempre é em quantidade de oito a dez pessoas, mais ou menos, a quantidade que dá para ver no vídeo. Sempre eles sobem nessa quantidade até expressiva”, diz o morador.

“Aparenta ser grupo de jovens. Eles geralmente se encontram nesse ‘finalzinho’ da tarde, eu acredito que deve ser para ver o pôr do sol. Já presenciei eles consumindo bebida alcoólica lá em cima. Não dá para ter certeza se eles fazem uso de entorpecente, mas a gente já avistou o pessoal pichando lá em cima”, relata o morador que fez o vídeo e enviou ao g1.

Morte de jovem

Há seis meses, Renata Nakayama, 23 anos, estava grafitando na parte superior do prédio abandonado quando parte da estrutura cedeu e ela caiu do terceiro até o primeiro andar. Quatro dias antes do ocorrido, a jovem publicou um vídeo em sua rede social no interior da estrutura.

“Está parecendo ser um movimento entre os jovens, acho que virou moda subir no prédio do São Pedro. O pessoal está usando como uma espécie de ponto turístico”, reforça o homem que mora próximo ao prédio.


Tombamento cancelado

Em agosto, a Prefeitura de Fortaleza indeferiu o tombamento do edifício São Pedro, e publicou a decisão no Diário Oficial do Município do dia 19. O processo estava parado desde 2015, quando a ação que reconhecia o edifício como patrimônio da capital foi aprovada, mas aguardava a sanção do prefeito de Fortaleza.

O decreto assinado pelo prefeito José Sarto (PDT) informou que análises do imóvel constatam diversas avarias em alto grau, "principalmente na estrutura de concreto armado, sendo inviável economicamente restaurar o edifício". O relatório foi registrado pelo Grupo de Pesquisa em Materiais de Construção e Estruturas, da Universidade Federal do Ceará (GPMATE/UFC).

A decisão municipal aponta ainda que o processo de reparo do São Pedro, para além da inviabilidade técnica e econômica, demonstra-se incompatível com a preservação do bem, por implicar, necessariamente, mutilação e destruição da estrutura do imóvel.

Com a decisão, o tombamento provisório estabelecido pela Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) fica sem efeitos e o órgão deve proceder às devidas anotações administrativas do indeferimento do tombamento.


Por Samuel Pinusa, g1 CE


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