quinta-feira, 4 de março de 2021

Pesquisadores preveem pico da segunda onda de Covid-19 entre 12 e 22 de março no Ceará



Um estudo feito por dois pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em Fortaleza, prevê um novo pico de casos e óbitos por Covid-19 no estado entre os dias 12 e 22 de março. O Ceará enfrenta aumento de casos e mortes em decorrência da doença desde outubro do ano passado. Em Fortaleza, vários hospitais da rede privada já estão com 100% de ocupação nos leitos. A probabilidade de que a previsão esteja correta, segundo os pesquisadores, é de 98%.

O pesquisador Nonato de Castro explica que a preocupação vem a partir da segunda semana de março, começando no dia 12, e que ela é gerada pelo índice de contaminação das pessoas que foram diagnosticadas com o vírus há algumas semanas, principalmente no período do carnaval. Mesmo com as festividades canceladas no estado, foram observadas várias ocorrências de festas clandestinas com pessoas aglomeradas no período carnavalesco.

"A gente cata os dados do IntegraSus, ou seja, dia a dia, e a gente vai observando como é que está a curva de contaminados e a curva de mortes. Quando essa curva começa a apontar uma certa estabilidade, é quando ela está chegando no pico. Espera-se que para as próximas semanas, isso venha a ocorrer. O problema é que podemos estar chegando no pico, numa situação muito agravante", alerta o pesquisador Nonato.

Nonato, ao lado do pesquisador, Antônio Cruz Vasquez, projetou a ocorrência do pico da doença no ano passado e acertaram a data. A pesquisa, feita a partir de dados coletados no IntegraSus, administrado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é feita a partir de um cálculo automatizado com o chamado modelo SIR, que inclui na equação matemática pessoas: Suscetíveis (S), Infectados (I) e Retirados (R); que engloba os recuperados e mortos.

"Na primeira onda, os casos estavam começando, nós começamos a modelar no dia 15 de março e o Ceará tinha três casos. Ou seja, as contaminações se aceleravam, porém o poder público tinha uma certa forma para montar os hospitais de campanha que foram feitos para montar as UTIs, e para o próprio profissional de saúde começar a se preparar para atender essa nova doença. Na chamada segunda onda, você já tem o vírus espalhado por todo o estado, ou seja, é mais difícil o remanejamento", afirma Nonato.

O pesquisador alerta que, mesmo o Ceará já tendo vacinas contra a Covid-19, o fato da segunda onda estar se alastrando no estado vai tornar o processo mais lento, já que todas as cidades do estado já tiveram contato com o vírus.


Por G1 CE


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