terça-feira, 30 de março de 2021

Registros de nascimentos em Fortaleza caem 20% após chegada da pandemia



Primeiro mês após um ciclo completo para gravidez em meio à pandemia no Ceará, janeiro de 2021 teve o menor número de registros de nascimentos em Fortaleza, em quatro anos: 2.718 crianças no período. O número é 20% menor do que o contabilizado em 2020, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.

Em janeiro passado, foram registrados nos cartórios de Fortaleza 3.401 nascimentos, quantitativo que já apresentava queda em relação a 2019, quando 3.658 registros foram efetivados no primeiro mês do ano.

Entre os diversos fatores possíveis para a redução está o adiamento dos planos de engravidar, diante do medo de muitas mulheres em relação aos efeitos que a Covid-19 poderia ter na gestação em meio à pandemia. A enfermeira Ana Aline Lopes, 31, é uma delas.

“Por ser da área da saúde e entender que é uma doença nova e sem estudos, seria muito arriscada uma gestação nesse cenário. Os planos foram cancelados, na esperança de que em 2021 o cenário estaria diferente”, relata.

A frustração, contudo, permanece diante de um panorama de crescimento do número de casos e óbitos pela doença no Ceará. Mesmo já tendo tomado a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, Aline não considera concretizar a maternidade em breve.

“Ainda tem um longo caminho pela frente para a pandemia acabar. Talvez, com o avanço do plano de imunização, eu consiga me planejar novamente para engravidar”, pontua a enfermeira.


RISCOS DE ENGRAVIDAR NA PANDEMIA

Até 18h de segunda-feira (29), o Ceará já contabilizava 37 mortes maternas por Covid, das quais 16 foram de gestantes e 21 de puérperas, mulheres que estavam no período de até 45 dias após o parto.


MENOS REGISTROS OU MENOS NASCIMENTOS?

Ao ser informada sobre os dados da reportagem, a médica demonstrou surpresa: “menos nascimentos? Tem certeza?”, frisando que a tendência em um cenário de isolamento domiciliar é um crescimento no número de novas gestações, e que o fluxo que tem visto nas unidades de saúde segue normal.


Fonte: Diario do Nordeste 

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