quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

No atual ritmo de vacinação, CE levaria até dezembro para imunizar pessoas dos grupos prioritários

 


Até o momento, no Brasil, só há vacina contra a Covid-19 disponível para as pessoas incluídas na primeira etapa dos grupos prioritários e, ainda assim, a quantidade é insuficiente. No Ceará, em 15 dias - a contar de 20 de janeiro quando oficialmente todas as cidades estavam com o imunizante - 137.156 pessoas foram vacinadas, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), ou seja, 61% das doses foram aplicadas, o que representa uma média de 9,1 mil novas pessoas vacinadas por dia. 

Essa é uma campanha atípica, e a baixa quantidade de vacinas afeta o ritmo de imunização. Até agora, nos 184 municípios, foram distribuídas 223.450 doses para vacinar trabalhadores da saúde (prioridade para os da linha de frente contra a Covid), indígenas, idosos e pessoas com deficiência institucionalizados, e idosos com 75 anos ou mais. 

No Ceará, a considerar a velocidade de imunização experimentada nesses 15 dias, nas 184 cidades, e a atual disponibilidade de imunizantes, o cálculo é de que seriam necessários 344 dias para garantir a aplicação da primeira dose da vacina apenas nas pessoas do grupo prioritário. Ou seja, somente no dia 2 de dezembro de 2021 é que a vacinação dos 2.894.433 inclusos nos grupos prioritários seria finalizada.


População vulnerável

A prioridade, hoje, é imunizar as populações mais expostas e/ou as mais vulneráveis à Covid-19, seguindo uma ordem estabelecida pelo Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Imunização. No Ceará, além do público desta primeira etapa, dentre as 2,8 milhões de pessoas dos grupos prioritários, estão: idosos entre 60 e 74 anos, pessoas com comorbidades, quilombolas, pessoas em situação de rua, presos, funcionários do sistema prisional, trabalhadores da educação (ensino básico e superior), das forças de segurança e salvamento, das forças armadas, de transportes coletivos rodoviário, metroviário e ferroviário, do transporte aéreo e aquaviário, caminhoneiros e trabalhadores portuários e industriais. 

No caso da pandemia de Covid, no atual contexto, não se sabe ainda quando os grupos populacionais não inclusos na prioridade serão imunizados. Contudo, embora a vacinação coletiva seja o grande fator de proteção, isso não significa que, na campanha, 100% das pessoas de um território irão ser vacinadas. No atual momento, por exemplo, menores de 18 anos e grávidas não podem receber a imunização no Brasil, pois os imunizantes utilizados não foram testados nessa população. 

Mas, feito um cálculo hipotético, com o atual ritmo de aplicação, no Ceará, considerando uma população total de 9.187.103 pessoas, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizadas pelo Tribunal de Contas da União como referência para 2020, o Estado levaria 1.139 dias ou 2 anos e 9 meses para imunizar todos os habitantes. Nesse processo, com base na média atual, só em dezembro de 2023 todos os cearenses teriam recebidos, ao menos, a primeira dose da vacina contra a Covid. 


Negociações lentas com laboratórios

O processo de vacinação no Brasil ocorre por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que é reconhecidamente um dos mais bem-sucedidos do mundo. Nele, o Governo Federal coordena as ações e as equipes municipais conduzem a vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS) de forma direta nas localidades brasileiras. Mas, na pandemia de Covid, com a situação distinta de outras campanhas, dois elementos chamam a atenção: a escassez de vacina e o ritmo de aplicação nos municípios. 

No Ceará, diante da lentidão do Governo Federal na negociação de vacinas, a gestão estadual tem tentado por meios próprios adquirir imunizantes. O Governo já reforçou que busca negociar com o Instituto Butantan, produtor da vacina Coronavac, a compra de mais imunizantes. Para o Estado, até o momento, foram enviados pelo Governo Federal três lotes de vacinas, sendo dois da Coronavac e um da Astrazeneca. 

Das 184 cidades, 27 até as 12h de quarta-feira (3), já haviam aplicado 100% das doses recebidas. São elas: Alcântaras, Alto Santo, Ararendá, Bela Cruz, Capistrano, Caririaçu, Cedro, Choró, Chorozinho, Crateús, Cruz, Fortim, Granja, Granjeiro, Guaramiranga, Ibicuitinga, Independência, Ipu, Ipueiras, Iracema, Itaiçaba, Marco, Mucambo, Nova Russas, Porteiras, Uruburetama e Uruoca.


Avanço da imunização

  • Vacinação avança entre grupos prioritários e municípios no Interior
  • Pessoas dos grupos prioritários imunizadas

  • Trabalhadores de Saúde: 95.436
  • Idosos institucionalizados: 2.712
  • Indígenas: 10.214
  • Idosos 75 anos ou mais 28.794

  • Total Doses Aplicadas: 137.156

  • 27 municípios já concluíram a vacinação contra a COVID-19


Fonte: Diario do Nordeste 

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