A onça-pintada (Panthera onca), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), a queixada (Tayassu pecari) e as populações nativas de bicho-preguiça (Bradypus variegatus) são espécies "provavelmente extintas" no Ceará, segundo inédito divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema).
Segundo o estudo, além das quatro espécies, há duas certamente inexistentes no território do estado: a anta (Tapirus terresitris) e o tatu-canastra (Priodontes maximus).
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (12), no lançamento da "Lista da Fauna Ameaçada do Ceará". Nessa primeira fase, o projeto vai releva a lista dos mamíferos terrestres em risco de extinção.
De acordo com a Sema, uma equipe com mais de 50 profissionais e 18 instituições coordenada pelo professor Hugo Fernandes, da Universidade Federal do Ceará (UFC), trabalhou durante cerca de quatro anos para levantar e avaliar todas as 128 espécies que ocorrem em risco de extinção no território cearense. O projeto faz parte do Programa Cientista Chefe do Governo do Estado do Ceará.
“Importante ressaltar que algumas espécies que nem sequer estão ameaçadas em nível nacional estão criticamente ameaçadas no Ceará. É o caso do quati (Nasua nasua) e do caxinguelê (Guerlinguetus brasiliensis), com registros raros e de localização restrita no estado. Ainda na categoria de "Criticamente em Perigo", encontram-se o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) e o morcego Chiroderma visottoi”, afirmou Hugo Fernandes.
'Em Perigo' e 'Vulnerável'
Hugo Fernandes afirma ainda que a pesquisa apontou 12 espécies na categoria "Em Perigo" e oito como "Vulnerável". Outro dado preocupante é que cerca de 17% das espécies estão na categoria "Dados Insuficientes". Ou seja, espécies que podem estar ameaçadas, mas não há informações disponíveis para uma avaliação mais precisa.
O secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno, afirmou que o próximo passo da pesquisa é listar os mamíferos aquáticos e depois as aves como os répteis. O estudo vai ajudar na preservação das espécies.
“A lista completa, hoje, foi a lista dos mamíferos ameaçados de extinção. O próximo passo será os mamíferos aquáticos, depois as aves e depois os repteis e até o fim do ano teremos uma toda essa lista de espécies ameaçadas. Com isso teremos políticas específicas de preservação dessas espécies. Questão da licença ambiental para atividades econômicas passará também pela análise dessa lista e nossa ideia é popularizar essas informações para que a sociedade lute contra a extinção das espécies”, afirmou o titular da Sema.
Conservação de 128 espécies
Por g1 CE
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