quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Bolsonaro diz que dará reajuste a professores 'no máximo que a lei permite'



O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (26) que vai conceder reajuste a professores num valor próximo a 33%.

O Ministério da Educação anuncia, anualmente, aumento salarial para a categoria e, neste ano, avaliava barrar o reajuste previsto pela Lei do Piso do magistério.

"Eu vou seguir a lei. Governadores não querem o [reajuste de] 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso [33%], ok?", disse Bolsonaro.

O presidente havia sido questionado por uma apoiadora professora no cercadinho do Palácio da Alvorada. A categoria vem se mobilizando para judicializações.

A lei atual vincula o reajuste dos ganhos mínimos dos professores à variação do valor por aluno anual do Fundeb, principal mecanismo de financiamento da educação básica.

Com base nesse critério, vigente desde 2008, o reajuste para 2022 fica em 33,2% passando dos atuais R$ 2.886,24 para R$ 3.845,34.

Contudo, integrantes do governo passaram a estudar a edição de uma medida provisória para alterar as regras.

Os dois milhões de docentes da educação básica pública estão ligados a estados e prefeituras, que arcam com seus salários. O atendimento ao piso tem sido um desafio para os cofres de municípios e estados.

O reajuste de 33,2% provocaria impacto de R$ 30 bilhões só nas finanças municipais, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios).

O último aumento do piso foi em 2020 (houve queda do valor referência em 2021). Ao chegar ao piso atual, o incremento foi de 12,84%. Caso o cálculo seguisse o INPC, seria de 4,6%.

"Destaca-se que o piso hoje não serve apenas como remuneração mínima, mas, como valor abaixo do qual não pode ser fixado o vencimento inicial, repercute em todos os vencimentos do plano de carreira dos professores", diz nota da CNM.

Gestores aguardam todos os anos sinalização do MEC (Ministério da Educação) sobre a variação do reajuste o que a pasta tem se negado a fazer, além de expor publicamente a discordância.


Fonte: O Tempo

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