sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Brasil empata com o Equador fora de casa, em duelo fraco e cheio de polêmica



O Brasil foi a Quito nesta quinta-feira (27) para enfrentar o Equador, em duelo válido pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2022. A seleção verde e amarela já está garantida no próximo Mundial, enquanto o rival ainda sonha com a vaga. Apesar dos objetivos distintos, ambas as equipes foram a campo com o mesmo espírito, demasiadamente aguerrido, beirando a beligerância. Jogadas ríspidas, divididas e apenas dois gols.

Casemiro colocou o Brasil em vantagem, Félix Torres igualou. No entanto, o que mais chamou a atenção na partida foi a atuação da arbitragem, liderada por Wilmar Roldán e avalizada pelo VAR.

Durante os 90 minutos, a arbitragem expulsou o goleiro Domínguez, do Equador, e o lateral Emerson, do Brasil. Ainda mostrou o vermelho para Alisson, mas voltou atrás após revisar o lance. De forma inusitada, o goleiro brasileiro conseguiu ser expulso e “anistiado” pela segunda vez.

A situação confortável de brasileiros e equatorianos minimizou o impacto da atuação de Wilmar Roldán, árbitro colombiano que teve decisões questionáveis e demoradas ao longo do jogo, sobretudo na etapa inicial. Depois que Casemiro fez o primeiro gol, aos 5 minutos, ele passou a ser o centro das atenções.

Com 25 minutos, ele já havia distribuído três cartões vermelhos, um para o Equador e dois para o Brasil, e todos somente após analisar os lances no VAR (árbitro de vídeo), o que consumiu mais da metade do tempo em que a bola deveria estar rolando.

Primeiro, ele expulsou o goleiro Domínguez por acertar o rosto de Matheus Cunha com a sola da chuteira numa dividida na entrada da área, aos 14. Cinco minutos depois, o lateral Emerson Royal levou o segundo amarelo ''o primeiro havia saído no minuto inicial, por uma falta'' e também deixou a partida mais cedo.

Encontrar um reserva imediato para Danilo do lado direito é um dos problemas para o qual Tite ainda terá de buscar uma solução. E Emerson havia ganhado uma ótima chance de conquistar essa vaga, mas não conseguiu aproveitar a chance em Quito.

Outro que acabou prejudicado com a baixa na linha de zaga canarinho foi Philippe Coutinho. Ele acabou sendo o escolhido para deixar o campo para a entrada de Daniel Alves na direita. Recém-contratado pelo Aston Villa, o meia voltou a defender a seleção após um hiato de mais de um ano. O retorno dele foi uma das surpresas na convocação de Tite.

O treinador, aliás, quase perdeu mais um jogador da sua defesa aos 25, quando Alisson levou um cartão vermelho direto após cometer uma falta fora da área. O árbitro entendeu que o goleiro foi tão agressivo quanto Domínguez, porém desta vez demorou quase seis minutos até se dirigir ao VAR e mudar seu entendimento. Ao voltar atrás, ele retirou o vermelho e deu um amarelo ao brasileiro pela falta.

Depois de interferir no andamento da partida, a arbitragem deu nove minutos de acréscimos, que foram insuficientes para repor o tempo em que o confronto ficou parado. E a postura não mudou na etapa final. Aos 10, Roldán deu pênalti de Raphinha em Estupiñán, mas voltou atrás quatro minutos depois, após ser chamado pelo VAR.

Aos 30, porém, o Brasil não conseguiu mais escapar de levar o empate. De cabeça, Torres deixou o placar igual, 1 a 1.

Enquanto deixava os jogadores nervosos, a atuação do árbitro também inflamava os torcedores presentes no estádio em Quito, sobretudo porque o Equador ainda não confirmou sua vaga à Copa.

O duelo cotou com a presença de um bom público no estádio, embora o número oficial de presentes não tenha sido divulgado até a publicação deste texto. Após pressão do governo equatoriano sobre o órgão de saúde que monitora a pandemia de Covid-19, 50% da capacidade do estádio foi liberada ao público.

Na última segunda-feira (24), o COE (Comitê de Operações de Emergência) havia determinado a realização do jogo com portões fechados em razão do avanço da variante ômicron. A pressão para a permissão teve início na terça (25), quando a Federação Equatoriana classificou como "errada" a decisão e pediu revisão.

O argumento levava em consideração, sobretudo, a luta do Equador para conquistar uma vaga na Copa do Mundo. Para os dirigentes, a seleção teria desvantagem em relação às demais equipes da América do Sul se tivesse de jogar sem público.


Fonte: O Tempo


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