Uma análise realizada pela Marinha do Brasil concluiu que as manchas de óleo encontradas ao longo do litoral do Ceará, em 2022, surgiram após o mesmo incidente, ou seja, vêm da mesma fonte. Os resíduos oleosos já atingiram todos os municípios entre Amontada e Aracati, inclusive a capital Fortaleza.
“As amostras apresentam o mesmo perfil químico de biomarcadores de petróleo entre si, o que indica tratarem-se de um mesmo produto (amostras oriundas de um mesmo incidente)”, diz a análise feita pela Capitania dos Portos do Ceará.
O relatório da Marinha traz ainda que as manchas analisadas no litoral cearense diferem do material registrado em Sergipe, em dezembro de 2021; e da Paraíba, coletado entre dezembro do ano passado e janeiro de 2022.
O documento reforça ainda a hipótese que o material deste ano não é o mesmo encontrado em 2019. "As diferenças observadas nos perfis químicos das amostras sugerem tratar-se de um novo incidente", explica o relatório.
"Ressalta-se o fato de que os resíduos oleosos estiveram expostos aos efeitos do intemperismo em meio ambiente por um período relativamente prolongado. Também não é possível determinar com exatidão por quanto tempo os resíduos coletados estiveram expostos a tais efeitos", discorre a análise da Marinha.
As origens das manchas de óleo nas praias cearenses ainda estão sob análise de pesquisadores.
Novos aparecimentos das manchas
As manchas de óleo que voltaram a aparecer em janeiro deste ano no litoral cearense continuam avançando pelo litoral oeste e chegaram ao município de Amontada, na manhã desta segunda-feira (15). Na cidade, ficam destinos turísticos nacionais, como Icaraizinho e Moitas.
Ao todo, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) já contabiliza 60 praias de 13 municípios com o aparecimento de piches.
O titular da Secretaria de Meio Ambiente de Amontada, Cândido Neto, informou que encontrou vestígios oleosos na praia de Caetanos de Cima, mas a quantidade, conforme ele, era inferior a 100 gramas. Por isto, a prefeitura irá realizar novo monitoramento durante a tarde para analisar se há mais resquícios do material.
As causas do desastre ambiental ainda são desconhecidas. Pesquisadores ainda tentam descobrir o que provocou o derramamento, mas já descartaram hipóteses como resquícios do desastre ambiental de 2019 e relação com a erupção do vulcão em Tonga.
De acordo com a bióloga Alice Frota, integrante do Coletivo Verdeluz, as manchas de óleo são tóxicas e põem em risco a vida marinha. Ainda não há registros de problemas de saúde em banhistas registrados no Ceará em decorrência do óleo.
Veja quais praias e municípios já têm registro de manchas de óleo:
- Litoral Leste
- Fortaleza e Região Metropolitana
- Litoral Oeste
Por Samuel Pinusa, g1 CE
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