segunda-feira, 13 de junho de 2022

Médico indiciado pela morte do garoto João Gabriel é investigado por outro caso de negligência no Ceará


O médico indiciado por homicídio culposo pela morte do menino João Gabriel Sousa da Silva, de três anos, falecido após ser liberado duas vezes do hospital municipal de Itatira, no interior do Ceará, é investigado pela Polícia Civil por outro caso de negligência em um hospital do Estado.

O indiciamento do médico foi protocolado nesta sexta-feira (10), conforme informado pelo advogado da família do garoto, Igor Furtado. A defesa do médico, representado pelo advogado Edmilson Barros, informou que só se manifestará sobre questões técnicas nos fóruns técnicos.


Laudo aponta que criança morreu por choque séptico por pneumonia aguda

Conforme a Polícia Civil, o outro caso de negligência que teria sido praticado pelo mesmo médico ocorreu no município de Trairi. Não há informações se o paciente também era uma criança e nem em quais circunstâncias aconteceram.

João Gabriel foi a óbito após complicações em decorrência de negligência no atendimento médico em abril deste ano. O laudo cadavérico apontou que a morte da criança foi causada por um choque séptico ocasionado por complicações de pneumonia aguda bilateral. A família soube do resultado por meio de uma entrevista que o delegado do caso deu a uma rádio da cidade.

Ainda conforme a Polícia Civil, durante as investigações sobre a morte de João Gabriel os agentes colheram depoimentos, por meio dos quais foram obtidas informações de que o indiciado não teria realizado procedimentos médicos básicos, necessários ao atendimento da vítima.

O irmão do menino, o influenciador digital Paulo Henrique, narrou a saga da família em busca de atendimento para o garoto. Em uma série de publicações, ele mostrou desde os primeiros atendimentos até o anúncio da morte do menino. O jovem mantém a denúncia de que houve negligência. O médico que atendeu a criança foi afastado e prestou depoimento à Polícia Civil em 25 de abril. (veja abaixo o relato de Paulo Henrique)

"Óbito em consequência de complicações de pneumonia aguda bilateral devida a Streptococcus pneumoniae. Outros diagnósticos: edema cerebral e necrose tubular aguda", diz um trecho do laudo cadavérico emitido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o qual o g1 teve acesso.

Ainda de acordo com o documento, o exame detectou a bactéria Streptococcus pneumoniae, que está entre as principais causas da pneumonia e meningite, porém, há ausência de achados morfológicos compatíveis com meningite aguda.

"O crescimento de Streptococcus pneumoniae no exame de cultura de fragmento do pulmão, em fragmento do cérebro e o liquor e a sua detecção por PCR (reação em cadeia de polimerase) no liquor, no sangue e no fragmento de pulmão evidencia septecemia por este agente etiológico. Ausência de achados morfológicos macroscópicos e microscópicos compatíveis com meningite aguda".


Por g1 CE


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