terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Mais de mil crianças indígenas já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Ceará



Mais de mil crianças indígenas com idades entre 5 e 11 anos já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Ceará, conforme dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) divulgados nesta segunda-feira (31).

A vacinação deste público no Estado teve início no dia 21 de janeiro, em unidades de saúde indígena de 14 municípios. Até o momento, 1.006 das 3.478 indígenas já receberam o imunizante e mais de 3.400 estão agendadas.

Segundo a Sesai, as ações são realizadas por meio dos Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena e ocorrem em 20 territórios indígenas, atendendo às 16 etnias cearenses. A imunização é promovida em parceria com a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), que atua como mobilizador social.

A coordenadora especial de Políticas Públicas para Igualdade Racial da SPS, Martír Silva, afirma que a imunização tem sido realizada através de oferta e de busca ativa.

“Esse método é realizado para que as famílias se mobilizem, se desloquem, façam as medidas necessárias para garantir a vacinação das crianças indígenas”, conta. “Isso garante a proteção do ponto de vista étnico para que as crianças indígenas possam frequentar escolas, ter um convívio comunitário, com a proteção à saúde como merecem”, disse Martír Silva.

De acordo com a articuladora técnica da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Ceppir) da SPS, Ceiça Pitaguary, os pais e as crianças indígenas estavam ansiosos para a imunização.

“Tanto os pais quanto as crianças aceitaram de pronto a vacina, pois entendem que só assim podemos fechar um ciclo de imunização nas aldeias. As crianças estavam na expectativa, pois assim poderão retornar às escolas. Foi difícil durante esses dois anos de pandemia manter o foco durante as aulas remotas, então os pais enxergaram na vacina a possibilidade dos seus filhos retornarem ao convívio com os coleguinhas na sala de aula”, afirma Ceiça Pitaguary.

Apesar da receptividade, ainda existem alguns indígenas resistentes para os filhos tomarem a vacina. "Ainda temos um ou dois pais em dúvida da eficácia da vacina, mas as equipes de saúde e lideranças estão empreendendo esforços para dirimir todas as dúvidas e assim atingir a cobertura vacinal completa”, explica Ceiça.

Para a titular da SPS, Socorro França, o objetivo é que o Ceará se destaque na imunização das crianças indígenas, assim como ocorreu com as outras faixas etárias.

"Tivemos um trabalho muito forte de conscientização, além do que os povos indígenas cearenses são extremamente engajados nas lutas sociais e sabem da importância da vacinação para a saúde coletiva. Agora, queremos que o Ceará se destaque na vacinação das crianças indígenas”, disse Socorro França.


Por g1 CE


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